domingo, 18 de novembro de 2012

POR QUE HÁ TANTOS EVANGÉLICOS "SEM IGREJAS"


Há alguns anos, escrevi um artigo em que apontava algumas causas do vigoroso crescimento das igrejas evangélicas no Brasil. A verdade é que esse cristianismo protestante fincou pé definitivamente neste país, e ainda continua avançando.

No entanto, nota-se que paralelamente ao crescimento do número de igrejas evangélicas, e os líderes fecham os olhos para isto, cresce também o número daqueles que, embora se professem cristãos, não freqüentam nenhuma denominação religiosa. E grande número desses é egresso das fileiras evangélicas. Assim, a pergunta é: por que há tantos evangélicos que se dizem "sem igreja"?

O crente simplista dá nomes institucionalizados a esses indivíduos, tais como rebelde, desviado, fraco, desgarrado, infiel, dentre outros. Mas, apesar dos estigmas, o fato é que muitos desses "desviados" não se sentem afastados de Deus. Eles fazem as suas orações, lêem a Bíblia, louvam, e confessam ser cristãos.

Primeiramente, deve-se distinguir duas classes de cristãos "sem igreja". Uma é formada por aqueles indivíduos que começam a freqüentar uma denominação cristã e se afastam enquanto ainda não atingiram solidez doutrinária. A outra é composta por crentes que já atingiram um certo "enraizamento" na doutrina evangélica. Estes, normalmente, se afastam porque encontram discrepâncias entre a doutrina cristã e o que se prega na igreja.

As causas do crescente afastamento de pessoas das igrejas evangélicas são inúmeras. Historicamente, o espírito protestante, de onde vêm os evangélicos, é um espírito não-conformista. É um espírito investigativo, examinador, empreendedor. Para abandonar o conservadorismo católico não se exige menos. É um espírito em busca da "verdade". Rubem Alves, um dos mais brilhantes teólogos que o protestantismo brasileiro já produziu, afirma com muita propriedade que o espírito católico se cristaliza na busca pela "unidade" da igreja, enquanto o espírito protestante busca a "verdade", não se prendendo à tradição, ou à instituição. Assim, em nome da unidade, a instituição católica é bem mais tolerante quanto à diversidade em seu seio. Ao passo que aqueles que primam pela "verdade" não podem tolerar o pensamento divergente. Ou seja, o ambiente institucional evangélico é muito rígido. Para Alves, quem acredita possuir a verdade tem de ser intolerante e não pode aceitar idéias divergentes. De forma que a "doutrina" de quem governa a igreja evangélica não pode ser contrariada, ou posta em discussão. Criticar o projeto institucional é visto como heresia.

É curioso que ao católico, o evangélico se diz comprometido com a "verdade" e para possibilitar a conversão do outro, apela à independência institucional e à liberdade para interpretar o Texto Sagrado: examine, pondere, analise, veja se as regras católicas estão de acordo com a Bíblia. Com vistas à conversão, apela-se ao senso crítico. No entanto, esse indivíduo, protestante por natureza, gerado a partir da independência institucional e da liberdade para examinar e decidir os seus rumos espirituais, no seio da igreja evangélica vê-se impedido de usar dessa liberdade, pois, aderindo ao "batismo" da igreja, é obrigado a aceitar, a professar e a justificar, incondicionalmente, as regras da instituição.

Paradoxalmente, o discurso evangélico apregoa a liberdade, o senso crítico, a racionalidade e o livre exame do texto bíblico, mas enaltece a obediência e a fidelidade às suas estruturas institucionais.

Para instituir um conjunto de dogmas para a comunidade, o poder eclesiástico na igreja evangélica apela para a crença na infalibilidade dos seus líderes. Os dizeres e as interpretações dos líderes evangélicos quase sempre são elevados à categoria de revelações do Espírito Santo e ganham ares de "verdades" inquestionáveis. Por extensão, apregoa-se que as convenções da igreja não erram nas suas interpretações e nas suas nomeações. Por isto se exige obediência e submissão aos decretos superiores. Desta forma, quem não falar as palavras da instituição, não fala na igreja evangélica. Quem não aceitar as "regras do jogo" é impedido de jogar.

Rupturas são inevitáveis. Esse espírito investigativo se recusa a se dobrar àquilo em que não acredita. Daí nasce uma infinidade de novas instituições. Raríssimas são as denominações evangélicas que não nasceram de cismas, de discordâncias, de rupturas.

Por outro lado, muitos cristãos evangélicos, protestantes por natureza, que não possuem o idealismo para fundar uma nova instituição, quando percebem as discrepâncias no discurso institucional, preferem virar as costas para a denominação religiosa e fazer uma interpretação independente, de Deus, do mundo e da Bíblia.

Esse é o espírito protestante.
Esse é o espírito dos profetas.

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PS.: Este post é de José Péres Júnior.
Ele escreve no WebArtigos.com e é super legal ler tão boa análise referente a vida dos cristãos sem culpa.
o endereço é: http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_19094/artigo_sobre_por_que_h%C3%81_tantos_evangelicos_

Ele tem outros bons. Vão lá minhas sobrinhas que têm blogs!
A Paz Seja Com Todos.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Minhas Sobrinhas Têm Um Blog

É verdade. Eu achava que era só uma, mas tenho duas sobrinhas que têm um blog.
A primeira é a Barbara do Batube. Agora a segunda é a Juliana Dullius.
Juliana é minha sobrinha de sangue, já a Barbara é sobrinha da minha mulher e eu sou o grande Tio Tricolor, no caso, tetra campeão.
O blog da Batube fica no endereço: batube.blogspot.com
o blog da Juliana é: bluemushs.tumblr.com
Essas duas, maravilhosas meninas mulheres, adoram arte e fazem um trabalho maravilhoso de mostrando e comentado música e outros assuntos afins.
Elas lêem aqui o minhasobrinhatemumblog e gostam.
Tudo de bom pra vocês que começam a curtir. Se outros sobrinhos quiserem ser citados por mim, basta fazerem um blog.

Beijos

terça-feira, 13 de novembro de 2012

11 do 11 do 12

11 de Novembro de 2012. Fluzão campeão brasileiro de 2012.
Campeão, não: Muito Campeão.

Maior número de pontos
Menor número de gols sofridos
Maior número de gols marcados
Melhor zaga
Melhor meio-campo
Muito melhor ataque
Maior artilheiro
Melhor goleiro (este é o melhor jogador também)
Melhor técnico
Melhor nome pra se cantar
Melhor torcida
Melhores músicas
E muito, muito, muito melhor campeão.

Minha sobrinha faz parte da melhor torcida.
Aliás, as duas sobrinhas que têm um blog.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Somos, ou não, todos filhos de Deus?

Participei de um culto evangélico-pentecostal neste último sábado.
Já tinha ido lá a convite de uma amiga minha, hoje frequentadora.
Essa amiga é muito culta e intelectual. Por isso mesmo, adoro conversar com ela.
Ela convida e eu sempre acho que será uma boa ir ao convite.
Bom, fomos eu e a minha esposa. Era um culto evangélico e foi uma imensa alegria saber que nossa amiga agora tinha uma vida sócio-espiritual. É, porque em igreja é isso que se vive.
Mas, foi engraçado entrar e ouvir a primeira oração por parte do pastor. O pastor me conhecia da última vez que estive lá. Na ocasião, ele estava explicando o livro de Gênesis. A discussão ia bem. Mas os cristãos adoram transportar tudo para o novo testamento e tentar provar o quanto o Cristo, já estava prometido e o plano de Deus já estava determinado, a mais de 1000 anos antes do nosso senhor nascer.
Bom, então, não sei porque cargas d'água, o pastor começou a falar de Maria, mãe de Jesus, e uma menina, talvez nova convertida, coitada, fez a seguinte pergunta: Pastor, Maria ficou toda cheia de orgulho quando soube que seria mãe de Jesus, não foi? ficou toda, toda?
Eu, ao ouvir a indagação, nem deixei o pastor falar. Instantaneamente, disse que isso seria impossível! Na época do novo testamento mães solteiras, com ou sem participação divina, eram apedrejadas e humilhadas em praça pública e levadas a morte.
Nisso: o pastor não quis mais "confessar" que achava que Maria teria sentido essa super-alegria. Acho que pela primeira vez ele parou pra ver o quanto o plano de Deus só seria bonito agora que podemos apenas ler no papel, mas na época, seria triste e muito feio e aterrorizante, para uma menina de apenas 13 anos, que se soube grávida através de um anjo.
Bom, isso contato, volto ao encontro de sábado. O pastor, então, me viu chegar a igreja. Não vi o costumeiro sorriso pastoral, mas ouvi a primeira oração da noite. "Senhor, que o espírito de intelectualidade não nos possa ser maior que o teu espírito." Orava o pastor. É claro que ele não esperava que só Deus entendesse esse recado.
Mas o culto foi legal do mesmo jeito. Embora uma pergunta tenha ficado no ar. Já estava no fim do culto e eu não quis tumultuar. Afinal eu poderia dar trabalho demais para o Espírito Santo de Deus e depois ele teria que se virar sozinho com o pastor. Mas vou contar o que ocorreu e dizer qual a pergunta que ficou no ar.
O pastor, já no termino do culto, ensinava aos crentes, ali presentes: "Vocês precisam entender uma coisa: Precisam entender como os discípulos viam Jesus. Eles enxergavam Jesus como o Deus." E sitou a passagem que Jesus indaga seus discípulos quanto o que eles dizem ser Jesus. Esses respondem: "Tu és o Cristo, o filho de Deus." Para um grupo de Cristãos, que buscam aumentar a sua fé, legal! Tudo certo! Mas, a minha não precisa ser tão grande assim. E me veio a pergunta que não pude fazer: Mas, e como Jesus via a si próprio? E é aí que entra a intelectualidade. Jesus também era intelectual e culto e se lermos veremos: "Eu sou filho do Pai. E quem crer em mim, também será."
Jesus veio anunciar o Reino de Deus. Reino que ele fazia parte. Reino que começa com o entendimento de que somos todos filhos de Deus. E, talvez, a resposta dele fosse a que deu para Pilatos: "Eu sou." Não importa o que os discípulos acreditam. Eles nem entenderam o que Jesus propunha. O que importa é o que Jesus queria que nós acreditássemos. Que somos todos filhos de Deus. É essa a pergunta que não quer calar: Por que nenhum pastor acredita que Deus somos todos nós? Já que essa é a proposta de Jesus, sermos todos Filhos legítimos de Deus? E que isso nos torna Deuses?
Pena que a intelectualidade não é uma qualidade para os crentes.